Há cinco anos um pequeno grupo desejou se reunir para discutir questões sobre uma prática clínica conduzida pela orientação lacaniana. Esse grupo cresceu, suas atividades de formação clínica diversificaram-se e, desde 2007, ele vem se reunindo sob essa palavra enigmática - "lalíngua" - significante escolhido por seus membros para representá-lo.
Lacan inventa essa palavra frente à necessidade de tornar mais claro, para seus discípulos e em sua obra, o papel fundamental da linguagem na estruturação do inconsciente e no discurso poético, enquanto a língua procura apreendê-la objetivamente, mas inutilmente, pois ela sempre escapa entre os dedos.
"Lalíngua - espaço de interloucução em psicanálise" nasce com o desejo de, desafiadoramente, constituir uma comun(idade) que prevê um lugar de inscrição para o sujeito: excluído, sempre dividido e alienado de seu dizer. Um espaço que possa acolher a diferença de cada um, semeando a possibilidade de novas respostas a antigas questões, permitindo a invenção e a apropriação particular da teoria, causando o sujeito na árdua e excitante construção de seu estilo. Afinal, é disso que se sustenta o inconsciente: da surpresa, da escuta à irrupção sempre imprevisível de lalíngua.
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