15 abril 2010

Editorial

Em nome do amor. A transferência começa por aí, tanto nas análises como na formação de grupos, elegendo mestres aos quais submeter-se e obedecer. Mas, nessa via, a do amor, o sujeito perde sua liberdade, doando seus “objetos a” postiços, a voz, por exemplo, pelo medo de perder o amor do suposto líder, protegendo-se da angústia. Eis que numa análise, assim como na Escola proposta por Lacan, esse lugar de mestre/líder é apenas mais uma ilusão, a que vela e tenta dar consistência a um lugar, por estrutura, vazio, causa do desejo. “Isso é que é vida!”, dizia um pequeno paciente, ao brincar do que deseja. Na trilha da vida, e não da morte, a falta é levada em conta, nos movendo e causando o desejo de cada um. Esse é o “fracasso” do analista e da Escola que, por isso mesmo, é também seu “sucesso”.

Juliana Soares

Diretora



Conselho Diretor - gestão 2010/2012

Diretora: Juliana Soares
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